PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Resumo
Este trabalho tem como objetivo precípuo analisar aspectos das novas relações de trabalho que permeiam a docência na Educação a Distância. Mais precisamente, a investigação se propõe a analisar os efeitos da flexibilização e do teletrabalho às atividades dos trabalhadores que atuam nos cursos oferecidos no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). No que compete à metodologia, optou-se pela triangulação metodológica, a fim de compreender os meandros presentes no fenômeno investigado. Isto é, analisou-se os dados à luz dos métodos qualitativo e quantitativo. Quanto aos procedimentos metodológicos: foram feitas analises documentais a fim de compreender a configuração da docência e alguns elementos que perpassam a seleção de profissionais para atuarem no Sistema UAB; posteriormente, foram aplicados questionários virtuais a docentes que atuam ou já atuaram no âmbito do Sistema UAB; por fim, foram realizadas entrevistas semiestruturadas também com estes profissionais. Por meio da pesquisa, inferimos que a flexibilização e o teletrabalho incorrem em precariedades aos docentes. Em muitas experiências, os trabalhadores, sobretudo os docentes-tutores, não possuem vínculo empregatício, recebem baixa remuneração e atuam em regime parcial. Além disso, identificamos que as precariedades fazem com que os profissionais recorram a outras atividades remuneradas como complementação de renda, o que acaba por sobrecarregá-los, fazendo com que, muitas vezes, a atuação na EaD se dê nos momentos que seriam de reprodução.